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Taça das Favelas Rio 2025: futebol, sonho e resistência nas comunidades

  • Ana Beatriz Dias e Gabriel Amaro
  • 17 de jul.
  • 11 min de leitura

O maior campeonato de favelas do mundo transforma vidas na cidade carioca

Taça das Favelas Rio 2025 – Vídeo: Gabriel Amaro

Na manhã de domingo, o sol mal tinha nascido e Eduardo de Souza, de 44 anos, já estava à beira do campo de terra batida na Zona Oeste do Rio. Treinador do time da favela Santa Margarida, ele observava orgulhoso os adolescentes aquecendo para a estreia na Taça das Favelas Rio 2025. Eduardo sabia bem dos obstáculos superados até ali – da falta de recursos ao perigo constante das ruas. “Eu acho que as dificuldades são impostas a eles, e a gente tá abraçando essa ideia. Está sendo superlegal, sensacional”, comenta o técnico, com um sorriso largo, enquanto os jogadores se reúnem em círculo para a oração pré-jogo.


Aos apitos iniciais na Arena Cufa, em Realengo, não é só mais um campeonato de futebol que começa. Para jovens como os de Santa Margarida, pisar no gramado é aproximar-se de um sonho. “A Taça das Favelas é um sonho para muitos, uma realização superimportante e uma coisa extraordinária”, define Eduardo. Ele vê nos olhos de cada menino e menina a esperança de dias melhores – esperança que ele próprio alimenta a cada treino. Como treinador voluntário, Eduardo acredita no poder transformador do esporte e faz questão de lembrar o quanto iniciativas assim dependem do apoio de muitos: “Os apoiadores estão de parabéns. É muito importante estar sempre incentivando, porque essa molecada merece, e merece muito mesmo”. 


Enquanto a torcida improvisada – moradores da comunidade em caravanas de ônibus – agita bandeiras e entoa cânticos nas arquibancadas, o técnico reflete sobre o que está em jogo além dos gols. Na Taça das Favelas, está em campo também a resistência de comunidades inteiras, unidas pelo futebol contra as adversidades.


Da primeira edição ao maior torneio de favelas do mundo

A pré-fase de grupos da Taça das Favelas começou em 31 de maio de 2025 – Foto: Gabriel Amaro
A pré-fase de grupos da Taça das Favelas começou em 31 de maio de 2025 – Foto: Gabriel Amaro

O pontapé inicial da Taça das Favelas foi dado em 2012, no Rio de Janeiro. De lá para cá, o que era um campeonato regional se tornou o maior torneio entre favelas do planeta. Em 2022, a competição comemorou seu 10º aniversário, espalhada por diversas cidades e estados brasileiros. Hoje, em 2025, a Taça das Favelas percorre praticamente todo o país, com etapas classificatórias em dezenas de unidades da federação. O crescimento exponencial impressiona: mais de 600 mil pessoas são mobilizadas direta ou indiretamente pelos jogos – entre atletas, treinadores, voluntários e torcedores das comunidades envolvidas.


No Rio de Janeiro, berço do projeto, a estrutura do torneio se sofisticou e ganhou novas dimensões. Neste ano, o campeonato masculino reúne 66 times, divididos em 22 grupos na fase inicial. Antes mesmo dessa fase de grupos, 24 equipes de favelas estreantes disputaram uma fase preliminar – espécie de seletiva – em busca de 12 vagas na elite do torneio. Já o torneio feminino, que ganhou força nos últimos anos, conta com 24 equipes, organizadas em oito grupos de três times cada. A competição carioca, lançada oficialmente em um evento festivo em Madureira, vai de 31 de maio a 30 de agosto de 2025, envolvendo comunidades de todas as regiões da cidade.


Depois de coroar os campeões locais, a jornada não termina: os destaques do Rio se unem em uma seleção carioca que disputará a Taça das Favelas Brasil, etapa nacional criada recentemente. Nela, as equipes campeãs estaduais medem forças pelo título de melhor favela do país, no chamado Favelão. O Rio de Janeiro carrega com orgulho a hegemonia no feminino – venceu as duas primeiras edições nacionais, em 2022 e 2023, e caminha rumo ao tricampeonato. No masculino, já houve títulos de São Paulo, Paraná e Espírito Santo desde a criação do torneio nacional. A final nacional tornou-se um evento de grande visibilidade, com transmissão ao vivo na TV Globo diretamente do Estádio do Pacaembu, em São Paulo. Ídolos históricos do futebol brasileiro, como Zico, Júnior, Bebeto e Romário, já declararam apoio e reconhecimento à Taça das Favelas, consolidando-a no cenário esportivo como um celeiro de craques e vitrine de inclusão social.


Não por acaso, em 2019, a final da Taça das Favelas São Paulo lotou o Pacaembu com 37 mil espectadores, um marco que expressou o amplo sucesso e a adesão popular ao projeto. O que antes era um torneio regional hoje é um movimento nacional de promoção do esporte e da cidadania nas periferias.


Efeito social: quando a bola promove cidadania

Time do Vila Brasil se prepara para o jogo contra o Proença Rosa – Foto: Gabriel Amaro
Time do Vila Brasil se prepara para o jogo contra o Proença Rosa – Foto: Gabriel Amaro

Desde o início, a Taça das Favelas nasceu com um propósito que vai além das quatro linhas do campo. “Transformar vidas através do esporte” não é apenas um slogan, mas a realidade observada em cada edição. Antes mesmo de a bola rolar, os organizadores promovem ações sociais paralelas: oficinas e workshops gratuitos para os jogadores e técnicos, abordando temas como nutrição, saúde, cidadania e educação financeira. Assim, jovens que muitas vezes foram excluídos de oportunidades formais têm acesso a orientações sobre alimentação saudável, planejamento financeiro e outros conhecimentos úteis para a vida. Essas atividades – oferecidas em todos os estados que recebem o projeto – ajudam a desenvolver atletas mais conscientes e preparados, dentro e fora dos campos.


Wilton “Piqqueno” dos Santos, presidente da Cufa (Central Única das Favelas) e um dos idealizadores do torneio, enfatiza que o esporte pode desempenhar um papel fundamental na formação dos jovens das comunidades. Segundo ele, a Taça das Favelas ensina valores importantes como disciplina, respeito, honestidade, trabalho em equipe e perseverança. “Esses valores são essenciais para o desenvolvimento do caráter dos jovens e os ajudam a construir uma rede de apoio na comunidade. Ao alcançar conquistas no esporte, esses jovens se sentem valorizados e capazes”, afirmou Piqqueno em entrevista ao Brasil de Fato. Em outras palavras, a competição funciona como uma grande escola de cidadania, em que se aprende na prática lições de convívio, fair play e esforço coletivo.


Outra dimensão do impacto social é a redução da violência e a superação de rivalidades históricas entre comunidades. No Rio de Janeiro, onde conflitos territoriais entre facções muitas vezes impedem a circulação de moradores, a Taça das Favelas conseguiu algo notável. Graças a um regulamento disciplinar rigoroso e à mediação da Cufa, o campeonato se tornou “o único lugar onde moradores de favelas controladas por facções rivais se encontram e convivem em total harmonia”, como descreve Elaine Caccavo, diretora executiva da Cufa. Em vez da rivalidade violenta, entra em campo a rivalidade esportiva, saudável e construtiva. Os moradores sentem-se seguros para torcer e transitar em territórios vizinhos durante os jogos, algo impensável fora desse contexto. A favela toda se mobiliza: vizinhos organizam carreatas, vaquinhas para o transporte do time, mutirões para providenciar uniformes e, é claro, lotam as arquibancadas improvisadas com baterias de escola de samba e bandeirões. O futebol, neste caso, atua como catalisador de união comunitária e orgulho coletivo.


Os reflexos positivos também aparecem no comportamento individual dos jovens. Eduardo de Souza, o técnico do Santa Margarida, conta que após vivenciarem a experiência de um torneio tão organizado, muitos garotos apresentam mudanças significativas. “Eu percebo maturidade e disciplina neles, que são coisas fundamentais para um ser humano. Essas disciplinas são muito bem orientadas aqui”, afirma, notando que os treinos regrados e a responsabilidade de representar a favela trazem lições para a vida toda. As histórias se repetem em outras comunidades: jovens antes desenquadrados na escola voltam a estudar para não ficar de fora do time; outros conseguem o primeiro emprego graças à visibilidade e à autoestima conquistadas no campeonato. Até familiares dos atletas passam a se envolver mais – pais que antes não compreendiam a paixão dos filhos pelo futebol agora estão na torcida, vibrando a cada partida e reconhecendo o esporte como caminho de oportunidades.


Jovens talentos revelados para o mundo

Revelado na Taça, Patrick de Paula custou R$ 36 milhões ao Botafogo, em 2022 – Foto: divulgação/Botafogo F.R.
Revelado na Taça, Patrick de Paula custou R$ 36 milhões ao Botafogo, em 2022 – Foto: divulgação/Botafogo F.R.

Se por um lado a Taça das Favelas cumpre um papel social imediato, por outro ela se firma, ano após ano, como uma incrível vitrine de talentos do futebol brasileiro. Garotos e garotas que brilham nos campos de terra das comunidades frequentemente chamam a atenção de olheiros e clubes profissionais. Muitos desses “crias da Taça” acabaram seguindo carreira esportiva e mudando de vida, inspirando novos participantes a persistirem no sonho.


Um exemplo emblemático é o do volante Patrick de Paula, revelado pelo time do Complexo Santa Margarida, na Zona Oeste carioca. Patrick disputou a Taça das Favelas do Rio de Janeiro em 2015, 2016 e 2017, mostrando um talento acima da média. O desempenho no torneio lhe valeu uma chance no futebol profissional: aos 18 anos, ele foi contratado para a base do Palmeiras, após se destacar na Taça de 2017. Em pouco tempo, o jovem da favela estava decidindo um campeonato estadual – foi dele o gol do título paulista de 2020, pelo Palmeiras, na final contra o Corinthians. No mesmo ano, Patrick subiu definitivamente ao elenco principal e conquistou a Copa do Brasil, além de dois títulos da Copa Libertadores (2020 e 2021). Em 2022, protagonizou a transferência mais cara da história do Botafogo, quando o clube carioca pagou 33 milhões de reais para repatriá-lo. Hoje, aos 24 anos, Patrick de Paula é referência de sucesso que saiu da Taça das Favelas para o topo do futebol nacional – inspiração viva para a garotada que disputa o torneio onde ele começou.


E há muitos outros. Ronald Barcellos, eleito melhor jogador da Taça das Favelas em 2019, atuando pelo time Gogó da Ema (de Belford Roxo, Baixada Fluminense), assinou com o Flamengo na sequência e chegou a integrar a seleção brasileira sub-20. Após passagem pelas categorias de base do Grêmio, hoje Ronald joga profissionalmente no Portimonense, de Portugal, levando seu talento das ruas do Rio para os gramados europeus. Na primeira edição do torneio, em 2012, despontou Matheus Alessandro, que jogava pela Vila Vintém; alguns anos depois, ele vestiu a camisa do Fluminense como atacante profissional. Em 2016, o jovem Allan Victor levou o Muquiço ao vice-campeonato e acabou indo atuar no futebol espanhol, ajudando o modesto Moraña CF a subir de divisão.


O fenômeno não é exclusivo aos rapazes. Karol “Mineira” surge como a principal revelação feminina da Taça até hoje. Ela foi campeã pela comunidade Complexo da Casa Verde, em São Paulo, e chamou atenção pelo talento diferenciado. Karol logo atravessou o Atlântico e atualmente é jogadora do Gil Vicente, de Portugal. No Rio de Janeiro, nomes como Luany (destaque da Vila Cruzeiro, que integrou a seleção brasileira sub-17) começam a despontar e abrir caminho para mais meninas sonharem com o futebol profissional.


Cada jovem revelado reforça a vocação do torneio como celeiro: a Taça das Favelas hoje é acompanhada de perto por olheiros de grandes clubes em busca de novos craques. Em 2023, por exemplo, dois destaques da edição paulista (Leonardo, 16 anos, e Neném, 17) assinaram pré-contrato para jogar pelo sub-20 da Portuguesa, tradicional equipe paulistana. Para muitos, a Taça tornou-se o atalho mais acessível até a vitrine do futebol nacional. 


Mulheres rompendo barreiras

Partida entre Nova Brasília e Jardim Bangu – Foto: Gabriel Amaro
Partida entre Nova Brasília e Jardim Bangu – Foto: Gabriel Amaro

No ano de 2022, o torneio ampliou a diversidade e a inclusão com a presença do futebol feminino. Apesar do foco esportivo, a competição também contribui positivamente para a integração social e para a quebra de preconceitos. Daniele Santos, de 32 anos, é jogadora do Vila Brasil e já conquistou cinco títulos, três pelo estado de São Paulo e dois pelo Rio de Janeiro. A atleta começou a jogar aos 7 anos e, desde então, não parou mais. Ao ganhar o prêmio de craque do jogo contra o Santa Margarida, em 22 de junho, celebrou a oportunidade que o esporte lhe proporcionou, mas garantiu que vai parar em breve.


Daniele Santos, do Vila Brasil, já conquistou cinco títulos da Taça – Foto: Gabriel Amaro
Daniele Santos, do Vila Brasil, já conquistou cinco títulos da Taça – Foto: Gabriel Amaro

Apesar de as mulheres terem ganhado mais espaço no mundo futebolístico, a jogadora detalhou as barreiras que ainda existem. “Eu não pretendo ir mais longe, vou parar. Fica difícil para a equipe conseguir treinar. Mesmo com as melhorias, não é todo mundo que chega junto. Ninguém vive do futebol no nosso time, todo mundo trabalha. Tem toda a questão da passagem, da rotina e da disponibilidade, mas a gente dá um jeito. Apesar disso, sempre vou estar na torcida para as mulheres crescerem cada vez mais no futebol”, destacou.


Thaylane Guedes, de 15 anos, joga no Santa Margarida e reforçou que é uma felicidade imensa ver os familiares torcendo por ela na arquibancada em todas as partidas. Jogando bola desde os 10, a jovem não recebeu nenhum incentivo, e o que despertou nela a vontade de ser jogadora foram os meninos da sua rua, que sempre brincavam juntos. Focada nos treinos, afirmou que treina a cada dia, mesmo fora dos gramados, para alcançar o melhor resultado possível nos jogos.


“Assim como todo atleta, meu sonho é ser reconhecida e ir para fora do país. A gente consegue tirar muitos aprendizados de uma competição como essa, e o mais importante é não perder a cabeça dos momentos de estresse, porque isso é normal, sempre vai acontecer. Após a Taça, eu espero, principalmente, entrar para um clube bom e conseguir me estabilizar. Isso importa muito para mim”, declarou Thaylane.


Beatriz Nunes e Cláudia Barbosa na torcida pelo Jardim Bangu – Foto: Gabriel Amaro
Beatriz Nunes e Cláudia Barbosa na torcida pelo Jardim Bangu – Foto: Gabriel Amaro

Beatriz Nunes e Cláudia Barbosa, namorada e mãe das jogadoras do Jardim Bangu, Gabriele Amaral e Thaís Thomaz, respectivamente, relataram que o torneio traz visibilidade para a região e que a presença da família na torcida faz toda a diferença. “Tenho muito orgulho de a minha filha estar participando, porque é uma grande chance de ela conseguir ser atleta profissional. Acho que essa é a maior oportunidade que a Taça pode trazer. Eu sempre estarei em todos os jogos dela! Esse apoio familiar importa muito. Às vezes, ela me liga para saber se vou e falo que já estou na arquibancada!”, contou, aos risos.

Cláudia comemora com a filha, Thaís, que marcou um gol no Nova Brasília – Foto: Gabriel Amaro
Cláudia comemora com a filha, Thaís, que marcou um gol no Nova Brasília – Foto: Gabriel Amaro

Vozes da comunidade: esperança e transformação


Parte do encanto da Taça das Favelas está em ouvir as histórias contadas por quem vive o dia a dia do projeto. Os depoimentos de jogadores, treinadores e organizadores revelam sonhos, desafios e conquistas que não costumam estampar as manchetes dos jornais tradicionais. Nesta edição de 2025, não faltam vozes inspiradoras.

Gilberto Dordenones, do Vila Brasil, deseja passar um valor humanitário aos jovens – Foto: Gabriel Amaro
Gilberto Dordenones, do Vila Brasil, deseja passar um valor humanitário aos jovens – Foto: Gabriel Amaro

A tarde estava quente na Arena CUFA, em Realengo, mas o técnico Gilberto "Betinho" Dordenones não parecia incomodado. De olhos atentos e braços cruzados à beira do campo, ele observava seus jogadores do Vila Brasil aquecerem para a partida decisiva. Com um olhar que misturava orgulho e preocupação, Betinho sabia exatamente o que aquele momento significava. "O mais importante aqui não é só o futebol. O importante é não perder esses meninos pra rua, esse é meu maior objetivo aqui dentro", declarou, enfatizando o valor humanitário que busca passar aos jovens.


Roberth Henrique e Pedro Lucas na preparação para o jogo – Foto: Gabriel Amaro
Roberth Henrique e Pedro Lucas na preparação para o jogo – Foto: Gabriel Amaro

Roberth Henrique, de 17 anos, é jogador do Vila Brasil e contou que começou a jogar bola desde criança, além disso sente que está vivendo um sonho. Para ele, estar disputando a Taça é uma oportunidade que muitos querem ter, e garantiu que sempre oferece o melhor dele nos jogos. “A gente treina bastante. Poucos conseguem estar aqui, por isso eu me esforço demais em cada atividade. Os três pontos importam muito, toda partida a gente corre atrás deles”, afirmou. O zagueiro, que tem o pai como maior inspiração, tem o sonho de poder dar uma vida melhor para a família e que trabalha diariamente para conquistar o maior objetivo: chegar à carreira profissional. 


Pedro Lucas, de 16 anos e companheiro de Roberth na zaga, também falou que jogar no campeonato é um sonho de criança. O atleta contou um pouco sobre a rotina de preparação e afirmou que não deixa os estudos de lado. “Procuro comer bem, beber água e descansar. Consigo auxiliar os treinos e a escola, que é o que importa agora”, compartilhou. Pedro decidiu começar no futebol devido a uma paixão de criança, já que começou a jogar bola somente aos dois anos de idade.


O zagueiro do Vila Brasil relembrou um momento marcante do torneio, que foi quando ele marcou um gol no empate contra o Proença Rosa, e destacou que a competição representa o futuro para a carreira dele, já que existe a possibilidade de abrir muitas portas. Assim como Roberth, Pedro também tem o pai como maior inspiração na vida (além de Cristiano Ronaldo), e sonha em proporcionar uma vida melhor aos familiares. 


O legado mais valioso da Taça talvez seja o sentimento de pertencimento e união que promove entre os moradores das comunidades participantes. “Cada atleta tem a chance de mostrar seu talento e, acima de tudo, se reconhecer como parte de algo maior”, definiu Betinho, resumindo bem o espírito que rege o torneio.


Jovens que antes eram anônimos agora estampam perfis em redes sociais digitais, ganham seguidores, inspiram crianças menores. As comunidades finalistas se tornam ponto de referência no mapa da cidade, recebendo visitas de recrutadores, jornalistas e curiosos interessados em ver de perto a magia da Taça. Em edições recentes, os jogos decisivos da Taça das Favelas ganharam espaço em rede nacional: partidas exibidas na TV aberta e em grandes portais, algo impensável lá no início do projeto.


Ao fim de cada partida, independentemente do placar, a Taça das Favelas segue como símbolo de resistência, união e sonho coletivo nas comunidades cariocas.


Faculdade de Comunicação Social | Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj)

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