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Plataformas de streaming mudam o consumo do entretenimento no Brasil

  • Felipe Targino e Jean Guimarães
  • 2 de dez. de 2024
  • 3 min de leitura

Atualizado: 18 de dez. de 2024

Ofertas do serviço explodiram em pouco tempo no país; preços inflacionados assustam consumidores.


É possível que você conheça alguém ou tenha assinado ao menos um serviço de streaming nos últimos seis anos. Entre filmes, séries, músicas, podcasts, transmissões esportivas e lives, são muitas opções de conteúdo fornecidas pelas plataformas que cresceram exponencialmente e modificaram a forma de as pessoas consumirem entretenimento no país. Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 42,1% dos domicílios brasileiros  possuíam esse tipo de serviço em 2023, número que representa cerca de 31 milhões de residências.


O estudo da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) TIC também mostrou que 18,6 milhões de lares (25,2%) têm serviços de TV por assinatura, registrando uma uma queda de 2% em relação ao ano de 2022 e de 8% para o início da pesquisa, em 2016. Números que revelam o impacto das plataformas de streaming no mercado de entretenimento. Essa movimentação fez empresas de comunicação e telecomunicação se adequarem à nova realidade brasileira ao criarem seus próprios serviços e produções nessa tecnologia. Fator esse que acabou causando uma explosão desses serviços em pouco tempo, gerou uma gama de opções, dificuldades de acesso e o aumento significativo dos preços. Considerados os reajustes e as reestruturações das principais plataformas em 2024, houve um crescimento de 70% nos valores cobrados ao consumidor se comparado ao ano anterior.


A auxiliar administrativa Amanda Ribeiro, de 26 anos, assume que a escolha das assinaturas é baseada no valor e na disponibilidade dos conteúdos: “Geralmente minha escolha entre as plataformas é baseada no valor e na disponibilidade de filmes no catálogo. A prioridade é no valor, sempre, mas a quantidade de títulos de filmes e séries também é bem importante para mim. Por exemplo, filmes atuais e séries próprias”, afirma. Amanda revela também que já cancelou assinatura por conta dos critérios da plataforma: “cancelei pela quantidade de títulos que são apenas disponibilizados para aluguel, mesmo tendo a assinatura. Ou seja, eu pagaria uma mensalidade e ainda precisaria pagar extra pelos filmes atuais que eles alugam dentro da plataforma. Então, mantive outros que tinham uma boa quantidade de filmes e não possuíam esses critérios”, completa.


A facilidade de acesso e a descrição dos conteúdos são fatores importantes na opinião da profissional de marketing Luciana Mattos, de 33 anos: “Eu considero que a plataforma precisa ser clean, com uma navegação tranquila, e com opções bem divididas, entre humor, suspense, ação etc. As sinopses também são de total relevância para mim. A fragmentação dos catálogos limita as opções de entretenimento porque a gente não tem as coisas de fácil acesso, então acaba se limitando um pouco às opções”, afirma.


Com dificuldades por conta da escolha do conteúdo disponível, a estudante de jornalismo Yasmin Cavalcante, de 24 anos, revela tentar fugir das questões comerciais que envolvem as plataformas, “um dos critérios para escolher é a qualidade dos conteúdos. Eu assinei, por exemplo, o Mubi por causa da curadoria de filmes que fogem da questão comercial, e também porque lá não tem um algoritmo que aprende o seu gosto, então tem sempre uma variedade, sempre uma nova descoberta”, comenta. Yasmin afirma também que o valor dos serviços influencia a decisão: “O preço das assinaturas é um fator que impede a gente de assistir a todos os conteúdos que gostaríamos, porque não tem como assinar todas. E também, mesmo se assinarmos todas, são tantas opções que você acaba saturando e não assistindo nada”, complementa.


Se nos anos 1990 e no início dos anos 2000 era comum assistir filmes e ouvir músicas por meio de produtos físicos nas locadoras e, posteriormente, baixar coletâneas através de internet discada, novas tecnologias chegaram para mudar totalmente a forma de as pessoas consumirem esses produtos. Os conteúdos multimídia já não são produzidos da mesma forma, a existência de uma larga escala de opções, tanto de plataformas, quanto de conteúdo e a elevação dos valores de assinatura são alguns dos problemas que surgiram com a novidade, pois ao mesmo tempo em que criam aparente facilidade de manuseio, promovem dificuldades de escolha.


Publicado por: Gabriela Feliciana.



Faculdade de Comunicação Social | Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj)

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