Perdão de Biden expõe hipocrisia democrata
- João Barbosa
- 6 de jan.
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Atualizado: 28 de jan.
A ação do atual presidente desagrada setores da política americana, e mostra que o interesse move a virtude do ser humano
A tarde de 1º dezembro foi tomada com a notícia de que Joe Biden, em suas últimas semanas como presidente dos Estados Unidos, concedeu perdão presidencial ao seu filho Hunter Biden, condenado pela sonegação de 1,4 milhão de dólares (8,4 milhões de reais) e por porte ilegal de armas. A pena de Hunter poderia chegar a 42 anos de prisão. A medida de Biden, resumidamente, apaga as sentenças dos crimes cometidos, livra a possibilidade do homem de ir para a cadeia, e ainda conta com o adicional de não poder ser revogada pelo próximo presidente.
A ação de Biden desagradou os democratas e os republicanos, que se aproveitaram da situação para fazer comparações com o governo de Trump, eleito para ser o próximo presidente americano, e demonstrar a hipocrisia de Biden, já que o democrata afirmou repetidas vezes ao longo deste ano que não concederia o perdão a seu filho … mas o fez. Aliás, contradições por parte do governo americano independem da ideologia política democrata, ou republicana, pois os ataques aos países asiáticos seguem com bastante força, além da falta de compromisso com as questões ambientais. Nesta situação, o “perdão” não pôde ser fornecido por Biden, que viria justamente para resolver essas questões.
Durante a campanha das eleições de 2020, foi prometido o fornecimento de subsídios que pudessem melhorar a condição ambiental e climática do segundo país mais poluente do mundo. Tido como o “carro-chefe das propostas”, o projeto de combate inicialmente contabilizava 3,4 trilhões de dólares (equivalente a 20,8 trilhões de reais), mas foi reduzido para 437 bilhões de dólares. Em compensação, de acordo com os números divulgados pelo portal Brasil de Fato sobre as Contas Nacionais de Renda e Produto (NIPA), os investimentos em armamentos chegaram a casa de 1,537 trilhão de dólares.
Biden afirmava que cessaria os ataques ao Afeganistão. Em sua campanha política, ele mencionava a retirada das tropas americanas no território, sob o preceito de encerrar um conflito de 20 anos que não gerou nenhum resultado. Essa ideia partiu do governo de Donald Trump, e foi continuada por Biden. Apesar de problemas na retirada, de fato, as tropas americanas saíram do país… mas o conflito no Oriente Médio ainda não cessou. No mês de outubro, o governo americano anunciou que enviaria artilharias ao governo israelense para auxiliá-lo no conflito com o Irã. As relações de amizade com Israel também são continuidades do governo passado. Esses conflitos aparecem em conjunto com o envolvimento americano em guerras armadas africanas, no conflito na Ucrânia e outras nações do Oriente global.
Ainda durante a campanha, Biden objetivou a independência do Departamento de Justiça, que havia sido comprometida no governo republicano de Donald Trump. Os democratas ainda fizeram alegações acusatórias contra as ações do próximo presidente, que realmente devem ser questionadas, com relação ao seu autoritarismo sobre o Departamento de Justiça. Neste momento, entende-se que o presidente americano passou por cima de quaisquer funções exercidas pelo Departamento, ao visar aos seus próprios interesses, sob a alegação de ser “um pai e presidente”, conforme consta na nota oficial emitida pelo governo americano que anunciava a decisão do perdão.
Diante deste cenário, é perceptível algumas incoerências do governo democrata de Biden, que tendem a se repetir no futuro governo de Trump. O objetivo desta análise é apontar que a ideologia política americana representada pela esquerda democrata e a direita radical republicana se valem dos mesmos artifícios para alcançar nada mais que seus próprios interesses, acusando o outro de lado de fazer as mesmas coisas que faz. Essa guerra política americana é justamente o que enfraquece as relações políticas internas e externas do país.
Publicado por: Júlia Scárdua