Com dupla vitória sobre Grécia, Fonseca garante vaga do Brasil nas qualificatórias da Copa Davis 2026
- Daniel Goulart e Bernardo Ferreira
- 22 de out.
- 3 min de leitura
O torneio, realizado há 126 anos, é a principal competição de seleções no tênis. Confira o histórico do Brasil e o que aumenta a esperança brasileira por um título inédito
Em 13 e 14 de setembro, em Atenas, Grécia, João Fonseca foi o grande nome da equipe brasileira ao conquistar duas vitórias nas partidas de simples contra a equipe local, resultado que, somado ao triunfo da dupla Rafael Matos e Marcelo Melo, fechou o confronto em 3 a 1 e garantiu a vaga para as qualificatórias da edição de 2026.
A disputa não era tranquila, do outro lado da quadra, João enfrentava Stefanos Tsitsipas (veterano que em 2023 estivera no ranking 3 da Associação de Tenistas Profissionais – ATP) no jogo 3 da disputa, que contava com os gritos locais para atrapalhar o jovem carioca nos saques e em todos os pontos-chave.
A derrota no começo do ano para a equipe francesa, uma das favoritas do torneio, evitou o segundo ano consecutivo do Brasil na fase final da Copa Davis 2025, fato que não se repete desde as temporadas 2002/2003. Apesar disso, aos 19 anos, Fonseca mostrou maturidade, garantindo a participação do Brasil nas qualificatórias da fase final do torneio em 2026 e acendeu a esperança por um título com a ascensão meteórica da jovem estrela.
A história recente da Copa Davis mostra que o caminho para levantar o troféu passa por uma forte liderança, frequentemente representada por um jovem em ascensão, junto a um par que alcance o ranking 50 da ATP.
Exemplos não faltam, basta analisar os últimos vencedores do torneio:
Itália 2024 – Jannik Sinner, 23 anos (ATP 1) e Matteo Berrettini, 28 anos (ATP 35)
Itália 2023 – Jannik Sinner, 22 anos (ATP 4) e Matteo Arnaldi, 22 anos (ATP 44)
Canadá 2022 – Felix Auger-Aliassime, 22 anos (ATP 6) e Denis Shapovalov, 23 anos (ATP 18)
Rússia 2021 – Daniil Medvedev, 25 anos (ATP 2) e Andrey Rublev, 23 anos (ATP 5)
Espanha 2019 – Rafael Nadal, 33 anos (ATP 1) e Roberto Bautista Agut, 31 anos (ATP 9)
Croácia 2018 – Marin Cilic, 29 anos (ATP 7) e Borna Coric, 21 anos (ATP 12)
Nas últimas 20 edições do torneio, o Brasil só participou da fase final nas edições de 2013, 15 e 24. Mas por que não sonhar com um título? Apesar do histórico recente, o país já foi uma carta marcada, quando entre 1997 e 2003 disputou todas as fases finais.
O Brasil e suas campanhas históricas
Diferentemente da vizinha Argentina, que levantou o troféu em 2016, o Brasil ainda não conquistou a Copa Davis, mas já escreveu capítulos marcantes. O país alcançou as semifinais em 1966, 1971, 1992 e 2000. Nessas campanhas, o protagonismo veio de nomes fortes nas disputas individuais, como Thomaz Koch (66 e 71), Edson Mandarino (66 e 71), Luiz Mattar (92), Jaime Oncins (92 e 00), Fernando Meligeni (00) e Gustavo Kuerten (00). Todavia, nas últimas décadas, a principal arma brasileira tem sido a tradição nas duplas, que frequentemente garante vitórias contra seleções mais fortes ou mantém o Brasil vivo em confrontos equilibrados, como se viu diante da Grécia.
Hoje, o país mantém esse legado com três tenistas no top 40 da ATP em duplas, mas também precisa de protagonistas consistentes em simples. Historicamente, todas as campanhas de maior destaque contaram com ao menos um atleta entre os 30 melhores do mundo — um ponto que volta a ganhar relevância com a ascensão meteórica de João Fonseca.
O jovem carioca traçou como meta pessoal disputar o primeiro Slam de 2026, na Austrália, já como cabeça de chave, ou seja, entre os 32 melhores do ranking mundial. Uma conquista que o colocaria no patamar reservado apenas aos gigantes do esporte.
No início de 2025, tal objetivo parecia distante, mas a rápida evolução surpreendeu: em outubro, Fonseca já figura no ranking 42 e segue em crescimento, sem abrir mão de um estilo de jogo e tática próprias, ao invés de adotar o calendário agressivo de torneios que outros jovens da sua geração utilizam para acumular pontos.
No talento e na determinação de Fonseca, vive também o sonho coletivo do tênis brasileiro. Afinal, cada vitória não representa apenas uma conquista pessoal, mas a esperança de que o país possa, finalmente, transformar sua tradição em um título inédito na Copa Davis.
Publicado por Alexandre Augusto
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