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Busca por trabalho remoto e híbrido cresce no pós-pandemia

  • Yasmin Cavalcanti e Jullyene Gomes
  • 7 de jan.
  • 4 min de leitura

Atualizado: 11 de jan.

Trabalhadores priorizam saúde mental e bem-estar no novo cenário


Ambiente de trabalho home office (Foto: Reprodução/Pixabay)
Ambiente de trabalho home office (Foto: Reprodução/Pixabay)

Com a chegada da pandemia do coronavírus (vírus causador da covid-19) em 2020 ao Brasil, o país precisou se adaptar em diversas áreas e uma delas foi o formato de trabalho. O tradicional sistema presencial precisou ser remodelado para acompanhar as necessidades e os protocolos de segurança da população naquele momento, dando espaço à modalidade de trabalho home office


Dessa forma, com os avanços tecnológicos e a necessidade de se ajustar às circunstâncias impostas pela pandemia, o trabalho remoto se tornou uma realidade cada vez mais presente na vida dos trabalhadores. Além de garantir a continuidade das operações das empresas, essa nova configuração também trouxe benefícios significativos para a saúde mental e o bem-estar dos profissionais.


Segundo uma pesquisa do Datafolha de 2022, foi constatado que 52% dos entrevistados preferem o trabalho remoto ou híbrido, pois acreditam que essa modalidade contribui para a diminuição do estresse e da ansiedade. Além disso, eles destacaram que esse tipo de trabalho proporciona um ambiente mais tranquilo e favorável para o desenvolvimento das atividades.


De acordo com a analista de Recursos Humanos, Driely Diniz, há uma tendência de muitos profissionais, que atualmente trabalham no modelo híbrido, estarem dispostos a pedir desligamento ao receberem a comunicação da empresa sobre o retorno ao formato presencial. "Durante as entrevistas, tenho observado que muitos candidatos estão cumprindo aviso prévio em outras empresas devido à discordância com essa decisão e estão buscando oportunidades que ofereçam o modelo híbrido ou home office integral", afirma ela.


Benefícios para colaboradores e empresas

O estudo Talent Trends Brasil 2023 revelou que sete em cada dez entrevistados, se tivessem que escolher, prefeririam o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal ao invés do sucesso profissional. O estudo também revelou que essa preferência é mais evidente entre as gerações mais jovens, que valorizam a flexibilidade, a autonomia e o bem-estar emocional.


"A minha equipe demonstra uma maior motivação em cumprir suas demandas, uma vez que conseguem conciliar de forma eficaz a vida profissional com a pessoal. O trabalho híbrido tem ajudado a evitar o estresse diário causado pelo transporte lotado e permite que eles desfrutem de momentos de qualidade com suas famílias", relata Yohana Ribeiro, coordenadora de conteúdo e redes sociais de uma agência de marketing


Refeição em família durante a semana. Foto: Reprodução/Pexels
Refeição em família durante a semana. Foto: Reprodução/Pexels

Segundo Yohana, alcançar um equilíbrio entre as responsabilidades profissionais e a gestão do tempo pessoal tem um impacto positivo na vida das pessoas. Nesse sentido, o trabalho híbrido/remoto se mostra como uma alternativa viável e benéfica tanto para as empresas, que podem contar com colaboradores mais engajados e produtivos, quanto para os profissionais, que têm a oportunidade de conciliar melhor as demandas profissionais e pessoais, promovendo assim um ambiente de trabalho mais saudável.


Essa visão é reforçada por Driely, especialista na área, que destaca que o trabalho remoto é totalmente funcional e adaptável a diversos modelos organizacionais, trazendo vantagens tanto para os colaboradores quanto para os empregadores. Segundo ela, as empresas podem reduzir custos com aluguel e transporte, enquanto os profissionais evitam o incômodo do deslocamento casa/trabalho, podendo aproveitar o tempo economizado para se dedicar a outras áreas da vida.


Desafios do trabalho remoto

No entanto, é importante ressaltar que o modelo home office também apresenta desvantagens. A falta de interação presencial pode dificultar a criação de redes de contatos profissionais e amizades no ambiente de trabalho, o que pode prejudicar o desenvolvimento de habilidades sociais e a construção de relacionamentos profissionais sólidos. 


Segundo Thayane Dornellas, estagiária de Recursos Humanos, o maior desafio do home office é manter uma relação contínua com os colegas de trabalho e uma comunicação mais transparente. “Sinto que a falta do contato pessoal cria uma barreira, pois estar em casa sem interação com os colegas acaba prolongando o processo de comunicação, que provavelmente seria mais fluido e natural no escritório”, afirma.


Considerando essa necessidade, Yohana menciona que o formato híbrido é capaz de combinar os benefícios de ambos os modelos de forma eficiente. Segundo ela, os dias presenciais são essenciais para estabelecer um contato próximo com a equipe, fortalecer vínculos e criar amizades. No entanto, também é importante reservar dias de trabalho remoto para alcançar um equilíbrio adequado.



Colegas de trabalho em reunião presencial (Foto: Reprodução/Pixabay)
Colegas de trabalho em reunião presencial (Foto: Reprodução/Pixabay)

De acordo com Thayane, é importante saber gerenciar o tempo e estabelecer uma clara separação entre as demandas pessoais e profissionais. Ela reconhece que essa tarefa pode ser desafiadora, mas destaca a relevância de não misturar os dois aspectos. “Ao manter essa distinção, é possível ter uma maior produtividade entre ambas as áreas”, afirma.


Driely pontua a importância de as empresas oferecerem suporte aos funcionários em áreas como psicologia e nutrição, visando manter a saúde física e mental dos colaboradores em dia. Além disso, compartilha algumas dicas para otimizar a rotina de trabalho remoto: “É aconselhável ter um espaço isolado em casa, como um escritório, para minimizar os ruídos e eventuais interrupções ocasionadas pela interação com os demais membros da família”, finaliza a especialista.


Seja qual for o formato escolhido, é essencial que as empresas priorizem a saúde e o bem-estar dos colaboradores. Isso implica adotar práticas que promovam a qualidade de vida, como a oferta de benefícios voltados para a saúde mental e a criação de um ambiente de trabalho seguro e acolhedor. Dessa forma, é possível assegurar que os funcionários estejam motivados, independentemente do local em que estejam desempenhando suas funções.


Publicado por: Raphael Lisboa

Faculdade de Comunicação Social | Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj)

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